domingo, 28 de agosto de 2011

Nos tempos da Brilhantina

 "Os anos 50 voltam á TV, ao noticiário, ao imaginário popular e ao guarda roupa dos homens. Entenda a viagem e saiba como adaptar a ideia para os dias de hoje
PARA A TELEVISÃO, 2011 está sendo o ano das minisséries de repercussão mundial. Depois do sucesso de The Kennedys, que conta com a saga carismática família americana, agora é a vez de The Hour, produzida pela BBC inglesa. A série ambientada na segunda metade da década de 50 retrata um triângulo amoroso e a investigação de um assassinato na efervescente década do rock and roll e dos rebeldes sem causa. O fim do racionamento de matéria-prima pós-guerra em 1954, o advento da camiseta branca e calça jeans liderado por James Dean e Marlon brando e o inicio da corrida espacial trouxeram uma nova linguagem estética para o mundo. Se os Mods  refletiam a Vanguarda do Jazz e do R&B, um grupo de jovens autodenominados Teddy Boys investia na tradição com roupas de alfaiataria.
 A MOSCHINO FEZ O DESFILE MAIS ICÔNICO, COM GEL E TOPETE
Não é difícil traçar paralelos entre a década retratada por The Hour e 2011, o que pode explicar a ansiedade pelo início da série. Não tivemos racionamento de alimentos e tecidos, mas o mundo ainda se recupera da crise de 2008. A corrida espacial ficou para trás, mas o assunto voltou à mídia recentemente com o aposento do últimos ônibus. E a moda como não poderia deixar de ser, bebe com sede na fonte dos anos 50 para as próximas temporadas.
 Cortes mais clássicos, com a volta das calças pregueadas, apareceram com força nos últimos desfiles de Vivienne Westwood, Empório Amani, Paul Smith, Dries Van Noten e Dolce & Gabbana, que colocou em seus modelos típicas boinas cinquentinhas, assim como a Prada. Ao mesmo tempo o espírito MOD é bem representado por marcas que apostam nos blocos de core nas peças mais minimalístas, como Lanvin, Dior Homme e Givenchy.
 O sportwear retrô americano também se mostrou uma alternativa para inspiração do revival cinquentista, com blusões, camisas usadas como casacos, couro perfurado, calças de mohair, e mangas raglan. Esse look foi visto nas passarelas da Costume National e da Prada, enquanto a suíça Nally apostou no luxo do early jet-set daquela década. No entanto, a irreverente italiana Moschino fez o desfile mais icônico, afirmando sua inspiraçãõ. As roupas pareciam saídas direto de um guarda-roupa de um jovem americano obcecado por James Dean e pela estética rockabilly, revisitando casacos de beisebol e calças com microestampas. Até os cabelos de seus modelos apareceram engomados e volumosos, assim como os de Gaultier e Walter Van Beirendonck.
 Toda essa vontade pelos 50's já emergia nas últimas temporadas. Vimos o retorno das botas altas e pesadas de amarrar. Apesar de costumeiramente associadas ao movimento punk, as Doc Martens despontaram no meio do último século, quando viraram opção a sapatos sociais numa época em que tênis ainda não era aceito em ambientes não esportivos. Tornou-se o calçado oficial da juventude rebelde, ainda que sem causa.
Moschino

Prada

Costume National Homme

Jean Paul Gaultier

Prada 
Editado por: Júnior Prata

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